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Berlim abre museu bizarro com cadáveres sem pele preservados

Corpos são preservados por método conhecido como 'plastinação'.
Técnica foi criada por anatomista alemão conhecido como 'Doutor Morte'
Corpo preservado segura arco e flecha em museu em Berlim, na Alemanha (Foto: Stefanie Loos/Reuters)
Um museu permanente, mostrando cadáveres preservados e sem pele para revelar a complexidade do corpo humano, abre nesta quarta-feira (18) em Berlim.
O projeto do anatomista alemão Gunther von Hagens e sua mulher, Angelina Whalley, exibe corpos que receberam silicone e resina, em um processo conhecido como "plastinação", inventado por Von Hagens.
Apelidado de "Doutor Morte", Von Hagens estava em turnê com a controversa exibição "Body Worlds" desde 1995, atraindo cerca de 40 milhões de visitantes.
Berlim agora é casa do primeiro local permanente para seu trabalho, localizado em frente à amada torre de televisão na Alexanderplatz.
Cobrindo uma área de 1.200 metros quadrados, a exibição mostra 20 corpos abertos, mostrando músculos, veias e ossos, em poses da vida real, como sentados, se alongando ou se exercitando.
Angelina Whalley disse que a exibição dá aos visitantes uma nova perspectiva em seus corpos e estilos de vida.
Corpos que receberam silicone e resina, em um processo conhecido como "plastinação" (Foto: Stefanie Loos/Reuters)
"Após visitar a exposição algumas pessoas disseram que nunca mais iam deixar de ligar para seus corpos", afirmou ela, contando que uma pesquisa feita seis meses após as pessoas visitarem a exibição itinerante, mostrou que 9 por cento delas pararam de fumar, 23 por cento passaram a se exercitar mais e 30 por cento decidiram comer de forma mais saudável.
Corpos que receberam silicone e resina, em um processo conhecido como "plastinação" (Foto: Stefanie Loos/Reuters)
No entanto, nem todos em Berlim ficaram entusiasmados com a ideia de corpos mortos em tempo integral residindo na cidade.
O museu teve que superar a oposição de autoridades locais que declararam a exposição ilegal, citando leis de enterro e uma proibição de mostrar corpos de mortos, e tentaram vetar em outubro. Von Hagen ganhou o caso.
Mais que simples corpos, algumas pessoas veem a exposição como obras de arte, incluindo Detlef von Wagner, de 61 anos, que concordou em doar seu próprio corpo para o processo de plastinação após sua morte.
"Eu não quero só apodrecer ou ser cremado. Para mim, plastinação é arte. Pessoas estão pagando para ver seu corpo morto em um mostruário", disse Von Wagner.
"A ideia da existência de vida após a morte é o que me leva a fazer isso. No mais, ninguém tem que pagar pelo meu funeral, o que é ótimo, não é?", completou von Wagner.

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